A espasticidade é uma contração muscular exagerada e involuntária, caracterizada por maior resistência para a movimentação de alguma parte do corpo, podendo levar a significativa limitação física1. Ocorre com mais frequência em decorrência de lesões no Sistema Nervoso Central provocadas por doenças como Paralisia Cerebral, sequelas de Acidente Vascular Cerebral, sequelas de Traumatismo Cranioencefálico, Traumatismo da Medula Espinhal e Esclerose Múltipla. Em casos graves é causadora de grande incapacidade funcional ao paciente.

Quais as consequências da espasticidade?

As limitações físicas geradas pela espasticidade ocorrem em níveis diferentes de pessoa para pessoa, de acordo com o tipo e a extensão da lesão no sistema nervoso. Assim, uma pessoa pode requerer cuidado constante, enquanto outra pode demandar pouca assistência.

A espasticidade está associada à redução da capacidade funcional devido à dificuldade de o indivíduo executar o movimento das articulações em decorrência da contração muscular excessiva. Este contexto, leva ao aumento do gasto energético e pode provocar dor. Isso tudo acarreta prejuízos nas tarefas cotidianas, como alimentação, locomoção e cuidados de higiene, aumentando o risco de úlceras de pressão (feridas decorrentes da pressão da pele sobre uma superfície) e infecções1. Em casos mais graves, a espasticidade também pode causar contraturas, rigidez, luxação e / ou subluxação, deformidades articulares e ossificação heterotópica, algumas vezes necessitando de cirurgias ortopédicas para tratar estas complicações.O tratamento frequentemente é desafiador e deve ser multiprofissional incluindo fisiatra, neurocirurgião, ortopedista, fisioterapeuta, psicólogo e terapeuta ocupacional. O planejamento deve ser centrado em objetivos específicos e é baseado em medidas de reabilitação, medicações e aplicação de toxina botulínica1.As medicações mais utilizadas são: Baclofeno, Tizanidina, Benzodiazepínicos (Diazepam, Clonazepam) e Gabapentina1,2. Como recurso adicional, a aplicação de toxina botulínica surge como opção, em especial para situações de espasticidade mais localizada. Esta intervenção é mais eficaz quando usada em conjunto com a Fisioterapia.Em situações graves e não estejam respondendo suficientemente aos tratamentos anteriormente mencionados, pode-se recorrer a procedimentos neurocirúrgicos específicos para espasticidade. Dentre eles, destacamos:
  • Rizotomia Dorsal Seletiva
  • Implante de Bomba de Infusão Intratecal com Baclofeno
  • Rizotomia Percutânea por Radiofrequência do Gânglio da Raiz Dorsal
  • DREZ (Dorsal Root Entry Zone lesioning)
Cabe lembrar que a espasticidade pode ser benéfica para algumas pessoas, podendo contribuir para a estabilização das articulações, facilitando ficar de pé ou deambular. Neste sentido, a espasticidade nem sempre necessita de tratamento cirúrgico, pois pode ser útil para alguns pacientes. Mas como saber quem precisa de tratamento? A resposta para esta pergunta vem a partir da avaliação de uma equipe multidisciplinar que irá definir em conjunto qual o melhor tratamento para o paciente.

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